Confira quais são as mudanças necessárias nos programas de Educação Profissional e Tecnológica para um maior aproveitamento em salas de aula. Clique e saiba mais!
Estudos internacionais recentes concordam sobre a necessidade de mudanças radicais nos programas de Educação Profissional e Tecnológica (EPT). Muitas das lideranças neste nível de formação já estão engajadas, por exemplo, na questão das reformas curriculares.
Investigações variadas indicam que, para além de modificações superficiais nas estruturas curriculares ou meras atualizações referentes à inovação tecnológica, precisamos de uma disruptura real nos paradigmas que sustentam as concepções atuais sobre EPT.
Um exame nas pesquisas mais recentes sobre direções para EPT mostra que as tecnologias digitais têm um papel importante nesta mudança, como ficou evidenciado pelo destaque que assumiram na arena educacional durante a pandemia da Covid-19.
No entanto, como salientou Paulo Blikstein em sua entrevista para nosso Podcast NOIS (episódio #2), as tecnologias para educação têm relevância quando utilizadas como parte de contextos inovadores emergentes, dentro de uma educação transformativa, e em situações que enfatizam a aprendizagem ao longo da vida.
O conceito de aprendizagem ao longo da vida não é necessariamente novo. A orientação de educação em Paulo Freire já se referia indiretamente a esta concepção através do reconhecimento dos saberes dos estudantes, a partir de suas experiências fora da sala de aula.
O movimento relevante que observamos agora é a revisitação destas concepções e sua inserção no centro de uma reforma curricular para a EPT. Modelos educacionais inovadores preocupam-se em implementar aspectos concretos destas ideias na estrutura curricular da educação profissional.
Na realidade atual, em que os avanços rápidos na tecnologia exigem aprendizagens contínuas dos profissionais em todas as áreas, os currículos de EPT devem também ser continuamente transformados. É nesta perspectiva que a aprendizagem transformativa ao longo da vida entra em cena.
No Canadá, por exemplo, os estudantes já recebem créditos pelos conhecimentos adquiridos fora de sala de aula. No Brasil, estudiosos defendem a criação de alternativas curriculares em arquitetura modular, permitindo que os estudantes customizem seu caminho educacional de maneira personalizada.
Na China e em vários países europeus, já adota-se um modelo de ensino onde o EPT é o primeiro passo para a educação profissional, como defende Ana Inoue em sua entrevista para o Podcast NOIS (episódio #1).
A concepção de aprendizagem transformativa ao longo da vida articula-se diretamente com paradigmas da aprendizagem em ambiente de trabalho, pilar da EPT e relevante para a empregabilidade dos estudantes.
No caso das TICs (Tecnologias da Informação e Comunicação) para uma aprendizagem transformativa, são necessárias mudanças nos programas curriculares para que os estudantes tenham um papel crítico e ativo no uso das tecnologias, em especial das tecnologias educacionais, em conjunto com uma preparação docente para o uso das TICs nas salas de aula.
A concepção de aprendizagem transformativa ao longo da vida apoiada pela utilização adequada das TICs em EPT tem o potencial de promover indivíduos pensadores profissionalmente integrados ao desenvolvimento sustentável de suas comunidades.
O programa inovador para EPT é aquele que possui um currículo dinâmico que articula sólidas concepções contemporâneas às demandas atuais da formação de profissionais habilitados a contribuir para uma sociedade mais produtiva, igualitária e solidária.
O Núcleo de Observação e Inovação Sustentável, NOIS, é o “think-and-do tank” da Proz Educação para a pesquisa e o debate sobre as grandes questões da Educação Profissional e Técnica no Brasil.
Estamos também em formato podcast para você ouvir e ficar por dentro das principais questões que envolvem o ensino técnico no Brasil. Confira todos os nossos episódio no podcast!