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Desafios para a criação de oportunidades de estágio na educação profissional tecnológica

NOIS da Proz

Desafios para a criação de oportunidades de estágio na educação profissional tecnológica

Entenda os desafios e as recomendações para a escassez de vagas de estágio!

Os programas de Educação Profissional e Tecnológica (EPT) têm enfrentado dificuldades em relação às oportunidades de aprendizagem no ambiente de trabalho. Especialmente em momentos de crise, torna-se mais difícil a cooperação com empresas para viabilizar posições para os estudantes nas organizações.

Assim, deslocam-se as atenções para o desafio de oferecer estágio de qualidade como componente curricular. Este tema ainda é mais relevante ao se considerar a importância que os empregadores dão às competências adquiridas no meio profissional.

Nesta direção, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e seus 38 países parceiros, têm dedicado bastante atenção à arena educacional. Recentemente, a OCDE produziu um relatório com subsídios para o fortalecimento de programas da Educação Profissional e Tecnológica.

As recomendações contidas no relatório têm um impacto direto na aprendizagem prática e podem guiar a construção de soluções alternativas para a escassez de vagas de estágio.

Destacamos aqui quatro orientações prioritárias:

1. Redesenho do currículo

Os currículos da Educação Profissional e Tecnológica precisam ser redesenhados para oferecer, na própria instituição de ensino, o máximo de oportunidades de experiências práticas. Os cursos da EPT devem proporcionar ao estudante sua imersão em ambientes de aprendizagem ricos em ferramentas e metodologias atualizadas, em conexão direta com o conteúdo técnico específico.

Emerge assim a necessidade de requalificar os programas da Educação Profissional e Tecnológica com novas metodologias de ensino-aprendizagem.

O documento da OCDE relata uma experiência com redesenho de currículo na Inglaterra. Uma parceria entre a Mirobot, uma pequena empresa de robótica, e a instituição de ensino técnico desenvolveu um módulo de robótica inovador. Esta experiência fundamentou-se na reforma curricular do programa. Leia mais sobre essa experiência no link . (texto original em inglês).

2. Recapacitação da equipe docente

Esta recomendação relaciona-se diretamente com a anterior. Para executar um currículo sólido, é necessário que os docentes da Educação Profissional e Tecnológica sejam profissionais atuantes no mercado com experiências atualizadas e relevantes com tecnologias de ponta.

Além de conhecimento avançado acerca do conteúdo e técnicas específicas ao ofício, demanda-se que os docentes estejam capacitados nas metodologias pedagógicas inovadoras. É fundamental que os envolvidos no processo educacional estejam aptos para contribuir efetivamente no uso das tecnologias.

É essencial também que a equipe docente esteja familiarizada com métodos de ensino e aprendizagem de alta qualidade, voltados para o desenvolvimento de habilidades comportamentais e interpessoais.

3. Utilização de Tecnologias Inovadoras

Segundo o relatório, a adoção e o uso efetivo de tecnologias inovadoras fortalecem a Educação Profissional e Tecnológica. As ferramentas tecnológicas de ponta podem ser utilizadas para minorar as dificuldades de acesso aos equipamentos modernos e custosos.

Simuladores e tecnologias digitais como Realidade Aumentada (RA) e Realidade Virtual (RV) oferecem alternativas para redução de custo com a compra, manutenção e compartilhamento em maior escala de instrumentos da prática profissional.

Não se deve esquecer que os simuladores e outras novas tecnologias permitem ao estudante cometer erros de maneira segura. Assim, em adição a oportunizar a experiência prática, o uso de simuladores, RA e RV, cria contextos mais ricos no processo educacional.

O relatório cita as iniciativas do laboratório Labster em parceria com instituições de ensino e a Google. Esta colaboração desenvolveu vários laboratórios virtuais em uso por estudantes em saúde (veja aqui, texto original em inglês).

4. Parcerias Sociais

A última recomendação, possivelmente a mais complexa, refere-se a parcerias. Nenhum modelo de EPT prescinde da colaboração entre a instituição de ensino e o mercado de trabalho. O desenvolvimento de habilidades durante a aprendizagem no ambiente de trabalho é parte essencial da formação técnica profissional.

No entanto, os obstáculos à consolidação da cooperação necessária para assegurar possibilidades de aprendizado nas empresas são muitos. No relatório, argumenta-se que a cooperação entre os parceiros sociais pode incluir trazer mais componentes da prática para as salas de aula, por exemplo, através de oficinas e atividades de laboratório.

Texto inspirado em tradução própria para o português (disponível para download) do relatório OCDE em inglês, disponível aqui.

Projeto NOIS da Proz

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O Núcleo de Observação e Inovação Sustentável, NOIS, é o “think-and-do tank” da Proz Educação para a pesquisa e o debate sobre as grandes questões da Educação Profissional e Técnica no Brasil.

Estamos também em formato podcast para você ouvir e ficar por dentro das principais questões que envolvem o ensino técnico no Brasil. Ouça agora o primeiro episódio.

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